O Imbecil Juvenil
O imbecil juvenil ou a educação do pequenino intelectual, e outras considerações sobre o estado de coisas, as quais, por mérito exclusivo de seus personagens, formam o que restou do Imbecil, vol. II.
Embora tenha anunciado sua intenção de mudar de assunto depois da Longa marcha da vaca para o brejo, o autor não conseguiu mantê-la e acabou por aumentar a série O que restou do imbecil - um combate jornalístico contra o próprio estado de coisas, uma frágil barreira de papel em oposição à maré montante de estupidez letrada.Esta obra tem por objetivo documentar aquilo que não pode remediar: o discurso dominante do baixo ventre da intelectualidade brasileira acabou por colorir-se ainda mais, assumindo tons mais ferozes, dogmáticos e arrogantes, que assinalam um progresso substancial da inteligência pátria ladeira abaixo e prenunciam a breve conversão da estupidez verbal em vias de fato.
O título deste volume, O imbecil juvenil, alude por um lado àquela observação de René Descartes segundo a qual todos os nossos problemas advêm de que antes de ser adultos fomos crianças; e, por outro, ao consagrado termo gramsciano, tropicalmente adaptado às terras brasílicas a fim de comentar as muitas manifestações da imbecil-coletividade. O leitor que se prepare.
Resumo
Este documento é um ensaio que discute o estado da cultura e do intelectualismo no Brasil. Os pontos principais são:
Representação da cultura brasileira: O autor argumenta que os escritores selecionados para representar a cultura brasileira na Feira do Livro de Paris não refletem com precisão as melhores e mais influentes figuras da literatura e da vida intelectual brasileira. Em vez disso, eles representam a cultura “antropológica” do Brasil, em vez de seu verdadeiro “gênio”.
Neutralidade na avaliação cultural: O autor discute o perigo de adotar uma perspectiva puramente “antropológica” ao avaliar uma cultura, pois isso pode levar à falta de julgamentos de valor e à incapacidade de distinguir entre a verdadeira grandeza cultural e a mera popularidade.
Importância dos mestres culturais: O autor contrasta a maneira como um francês pode estudar tribos nigerianas versus como eles abordariam o estudo de Goethe, Hegel ou outras grandes figuras culturais. A primeira é uma observação passiva e imparcial, enquanto a última envolve um envolvimento e um processo de aprendizado mais profundos.
O autor conclui que a seleção de escritores para representar o Brasil na Feira do Livro de Paris reflete uma perspectiva falha que não reconhece os verdadeiros mestres intelectuais e culturais do Brasil.
Qual é o principal argumento do autor sobre a representação da cultura brasileira na Feira do Livro de Paris?
-
Representação imprecisa: Os escritores selecionados para representar a cultura brasileira na Feira do Livro de Paris não refletem com precisão as melhores e mais influentes figuras da literatura e da vida intelectual brasileiras.
-
Antropológica vs. verdadeira grandeza cultural: Os escritores escolhidos representam a cultura “antropológica” do Brasil, focando nos gostos e hábitos populares, em vez do verdadeiro “gênio” e das maiores realizações da cultura brasileira.
-
Falta de julgamentos de valor: Ao adotar uma perspectiva puramente antropológica na seleção dos escritores, os organizadores se abstiveram de fazer julgamentos de valor e distinguir entre a verdadeira grandeza cultural e a mera popularidade.
O autor conclui que esta seleção reflete uma perspectiva falha que falha em reconhecer e mostrar os verdadeiros mestres intelectuais e culturais do Brasil.